CASINHA NO MEIO DO NADA
Lá na beira da estrada
Tem uma casinha de taipa
É um casebre bem pequeno
Sozinho no meio do mato.
Também um pé de jabuticabeira
Sombreando o velho terreiro
O cercado de vara ao lado
O anum-preto na porteira.
No fundo, o límpido barreiro
Arrodeado de ervas daninhas
Na palhoça um pote de barro
Um chapéu e uma algibeira.
Na cozinha um fogão à lenha
No canto a velha trempa de aço
Na parede o rasurado calendário
Do tempo grifado na memória.
No quarto um antigo relógio
Parou há muitos anos passados
Faz lembrar de uma era remota
Das histórias a serem contadas.