Anónimos
Nesses dias em que uma incompreensível solidão nos ataca seremos uma ilha inesgotável desse pálido prazer com ausências de sombra e frio,
Nos que viemos desse útero fértil e febril com agonias devoradas por um mundo que não nos pertence contaremos esses anos com paciência raivosa,
Nesses dias em que fechamos os olhos e aprisionamos o choro na ilusão de um mundo diferente, a distância que nos separa se abrandará com um céu azul a cada dia,
Nós que nacemos do pó e não temos história, não aceitaremos essa fábula cruel que persegue esse desdém permissivo e sem sonhos num esquecimento infinito.