Contrição ou remorso...pesar!
E hoje o vinho tem outro gosto
A solidão impera e uma lágrima
Solitária, descendo pelo rosto
Teima em indicar caminhos
Entre os eus e os devaneios
De relações realocadas
A pinturas insignificantes
De um poeta solitário e claudicante
Que insistente desloca seu doer
Até pontos onde seu julgar não chega
Mas desconsidera sua imunda condição
De pobre humano definhando,
Sem noção, sem pedir, sem pudor
Com futuro incerto, passado torpe
Nunca a outro conectado
Sem viver, deslocado
A poesia como companheira.
A Musa
Desligada e muda, ignora este habitar
E dispersa, desperta do transe,
Só para desprezar o poeta
Que já não serve, não sente,
Escravo que é deste ócio
Que nem divertido é
E serve apenas para expor
O poeta e sua dor!
Rubens Lôbo