Os sonhos de criança
São momentos distantes, mas sempre vem à mente
Mesmo de pés descalços, levava a vida contente
Pisando em espinhos, a terra quente levantando poeira
O sol escaldante, o leito seco do rio eram palco das brincadeiras
À noite, as árvores sem roupas pareciam dançar
Como estátuas de prata sob a luz do luar
Um espetáculo sem cores, o vento a soprar
O sereno da madrugada em orvalho transformar
Tentei conservar as flores do meu jardim
Tragar os aromas exalados só para mim
Chorei quando o vento soprou levando as flores caídas
No outono quente, quando tudo parecia sem vida
O beija-flor que voou pairando no ar
A procurar o jardim para as flores beijar
Sem saber que o vento as tinha levado
Também chorou de saudades e partiu desolado
Dancei com as borboletas suas danças
Ao se libertar do casulo e vê suas mudanças
Esperei a chuva cair para abraçar a esperança
Com o meu corpo molhado, sonhando acordado, os sonhos de criança