Sobre "Coração Selvagem", sobre Belchior... e sobre você...
"Baby (que outros poetas chamam "meu bem")
Me olhe só um pouquinho, pelo canto dos olhos...
Sorria levemente esse teu riso doce, como quando tomas um gole de coca gelada pelo canudo de alumínio...
Não se encabule com letras, desenhos e dizeres...
Então, pode ser que naquela estrada bucólica, a gente desça dos cavalos e faça rimas enroladas com nossas bocas...
Ou apenas olhe o oceano de montanhas, calados e plenos...
Talvez seja só a poesia do encantamento... ou todos esses vinhos abertos em tua homenagem.. ou ainda esses teus cabelos vermelhos... perfeitos, cheirosos, únicos...
Talvez nunca... talvez sempre e verdadeiro...
Mas quando e se você se decidir, eu possa cantar Belchior para ti, com minha voz desafinada e adolescente (sim, ela é): "meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja... não quero o que a cabeça pensa, eu quero o que a alma deseja..."
ou ainda, minha frase preferida na canção:
"Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo.. meu bem, meu bem, meu bem..."
Eu poderia esticar essas palavras tão mal escritas, mal feitas, mal ajambradas... palavras de um sonhador profundo e tímido... mas não acho que seja necessário... e imprudente como sempre fui e sou, termino com a inquietude e o desejo do poeta... "quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno, viver a divina comédia humana, onde nada é eterno..."..."
Ricardo Ruiz - um canceriano incorrigível
Belchior, esse gênio inigualável...
Você, essa mulher plena...