Formatação de viver
Noites frias não mitigam
as moléstias do peito
E o lado escuro das horas
dissovem as recordações
que se esvaem
E fogem bastardas.
Garoa fina e meio fio me servem
Com a anuência da madrugada
É quando sentimentos interiores gemem
No lugar onde não se enquadra
Não curo as vicissitudes da desilusão
Nem trato o tempo com afinco
Engulo seco o café amargo da mesa
Mordo um naco de pão
E continuo indo
Manhã depois de manhã
Na parcimônia volatil
do sol que bate no córrego
Me faz sombra na viela onde o cão late
A raiz na terra vermelha é apego
De quem almeja viver mesmo sendo pisoteada
Dia , tarde, noite, madrugada.
Amar é uma luta interna que não se vence
Nada é puro , tudo é cultivo
Pessoas , nenhuma lhe pertence
Pro inicio e fim, tudo é motivo.