NO BALANÇO DA REDE

Quantas lembranças que hoje trago

Da amarelada redinha encharcada 

Companheira das minhas noitadas

E dos meus medos na madrugada.

 

Sempre armada pertinho da porta

Testemunha de sonhos assustados 

Balanço de um vai e vem nas alturas

E o rangido do armador tão cansado.

 

Foram tantas e diversas aventuras

O terror dos pesadelos sonhados

Na chuva tempestuosa no telhado

Deita e rola de cabeça para baixo.

 

Saudades da minha rede encardida

Palco de muitas histórias passadas

Dos traiçoeiros fantasmas da noite

E dos contos de amor encantados.