(Praqueles que estavam com saudades, eis aí mais um poema do Roger. O mesmo foi recitado por mim, dia 27/11 no “Dizer Poesia” do Bairro Peixoto, em Copacabana e muito aplaudido pelos presentes. Marisa)

 

VERSOS SOTURNOS

Por Rogério Silvério, o poetinha pirilampo das sombras do Sul

(o mais amado do site Recanto das Letras)

 

Tu, minha Astréia, que de Têmis és filha formosa!

Eu, o Prometeu Acorrentado

A sonhar lânguido e atormentado

Em minha galáxia quimérica e fantasiosa!

 

Nesta esfíngica noite de amargura,

Neste átimo de dor e desventura,

Neste deserto de afeto e ternura,

Neste poema que sangra e me cura,

Nesta hora negra de desespero que tortura

Eu canto nas sombras  à beira-mar

No mais vívido sonho de te beijar.

 

Sob a bruma fria que afaga o semblante meu,

Sob a lenta e espectral agonia de não te ter

Lentamente eu começo a renascer,

E para  cada esperança que em mim morreu,

Para cada desejo sôfrego de te amar,

Refulge o Amor em  meu triste e sombrio olhar.

 

No céu da Poesia  de meu mundo sombrio

Surge a estrela matutina do Amor a cintilar.

Enquanto caminho, sonhador, sob o vento frio,

Sozinho, ensimesmado no meu soturno versejar,

Vejo a ti, em nudez sacrossanta, em meu doce sonhar!