A GARDÊNIA MORTA

        A   GARDÊNIA   MORTA

A gardênia plantada

Na cova não se criou,

Carinho recebido

Não foi tanto e secou.

Nas limpezas e regas

Afagos não faltaram,

Nem assim ela vingou,

Sem nem porquê, desfolhou.

Com plena insolação,

Nem broto novo chegou,

Jardineiro sentido,

Triste não mais declamou.

Aroma deste jasmim

Não veio, não encantou,

Frustrando belo jardim

Que por ele esperou.

Quadras apresentadas

Calando o sofrido,

Ingênuas, rimadas,

Nem tudo foi perdido.

Vontade de escrever

E desejo de plantar

Sugerindo um viver:

Perceber e contemplar.

Em não havendo jardins

E não havendo papel,

Haverá amargo fim,

Terra mais longe do céu.

Pelas fortes lembranças

Novas gardênias virão

Porque o desejado,

Firme, rejeitou o não.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 29/07/2022
Código do texto: T7570802
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