A GARDÊNIA MORTA
A GARDÊNIA MORTA
A gardênia plantada
Na cova não se criou,
Carinho recebido
Não foi tanto e secou.
Nas limpezas e regas
Afagos não faltaram,
Nem assim ela vingou,
Sem nem porquê, desfolhou.
Com plena insolação,
Nem broto novo chegou,
Jardineiro sentido,
Triste não mais declamou.
Aroma deste jasmim
Não veio, não encantou,
Frustrando belo jardim
Que por ele esperou.
Quadras apresentadas
Calando o sofrido,
Ingênuas, rimadas,
Nem tudo foi perdido.
Vontade de escrever
E desejo de plantar
Sugerindo um viver:
Perceber e contemplar.
Em não havendo jardins
E não havendo papel,
Haverá amargo fim,
Terra mais longe do céu.
Pelas fortes lembranças
Novas gardênias virão
Porque o desejado,
Firme, rejeitou o não.