JARDINS EM PAREDES
A flor do desespero viceja
Na calma lenta da tarde
Alimenta-se do concreto
Orgulhoso da sua solidez.
Eu rabisco meus versos
No retorno ao passado
Refaço rimas incompletas
E aliso as estrofes ásperas.
Talvez eu não seja um poeta
Mas cultivo jardins em paredes.