Ser criança
Quando a vejo, sinto florescer essa infância e alegria,
desabrochando teu interior, entre cantigas e sintonias.
Essa criança que salta muros, jogo bola, corre nos campos,
quando a vejo, por aí, entre brincadeiras de criança e sonhos.
O teu corpo desnudo, entre águas e lamas, nessas chuvas, brinca!
Associo um mar de ondas calmas, cristalinas, nessas tardes,
em que constróis barcos e mares fictícios, imitando ondas.
Refaço meus desejos de crianças, entre sonhos, entre fantasias.
Sinto alegria e esperanças nesses tempos transparentes.
Olho-te entre brinquedos, entre crianças, inventando, sonhando!
Destituída de olhares tristes, cheio de ternura, amanheces,
nesses esconderijos, nessas aventuras, pelos quintais da tua casa.
Terna criança, nessas dolentes tardes, pulando cordas, nessa meiguice,
meiguice própria desses olhares inquisitivos, com teus passos errantes.
No quarto escuro, entre sonhos e aflições, dorme outra vez, essa criança.
Teus bonecos de trapos se misturam nesses sonhos, nessa cama.
Floresce teus sonhos, desejos e fantasias, nesse tempo passando.
Amanheces tantas vezes aflorando essa magia, esse encanto,
sem sobressaltos, sem reticências, nem indagações, sem medo,
ousando voos imprecisos, precipitando ilusões amiúde, nessa casa.
Todas as curiosidades nasceram em ti, nessas brincadeiras,
saltando, correndo, nessa meiguice, nesse abrigo, nessa infância.
Ser criança é sonhar, pensar, imaginar, ter medo da escuridão.
Assim dormem as crianças, tropeçando nesses tempos, nessas ilusões...