O CAIS...
No cais do esquecimento,
A saudade alí batendo,
O frio não se desfazendo,
Impondo a tudo o relento,
E a lua por testemunha,
Ainda brinca de esperança,
Tatuando a alma com lembranças,
Nas quais o coração se acorrenta,
A onda se arrebenta...
Mas o cais de pé continua,
Suportando a ressaca,
Expondo as suas marcas,
E ao mesmo tempo a sua força,
Embora não esconda os naufrágios,
Como um aviso:
"Navegue com cuidado",
Pois neste cais tudo é possível,
Inclusive a sua última chegada.