TUDO É POESIA
Escrevo verso porque gosto.
Não tem esse troço
De ser bonito ou feio!
Escrevo porque gosto!
Poeta? Não sei se sou.
O que me basta,
Não é a sílaba que rimou,
O tom que ao verso dou;
O que me basta,
É imprimir
À poesia emoção,
Através sentimentos
De pureza, de amor;
Até porque, ninguém é poeta
Por escrever versos,
Por saber rimar!
Poeta é quem sabe sentir
A poesia em toda a sua grandeza,
Integrada à beleza
Provinda dos encantos da natureza,
Onde tudo canta e vibra, palpita e estua
Ao ressoar de suave melodia.
Tudo é poesia!
As matas verdejantes,
Os riachos murmurantes,
A flor que desabrocha,
A escarpada rocha,
O vento que tange as folhas
Pendidas dos galhos
Das árvores, molhadas
Pelo orvalho da madrugada,
tudo é poesia!
O mavioso cantar dos passarinhos,
Retornando felizes aos ninhos,
A cantoria incessante
Dos grilos, dos pirilampos,
O coaxar dos sapos,
Fazendo festa à mata fechada,
Que lânguida, se rende,
Aos eflúvios amorosos.
Tudo é poesia!
Você, que ama a poesia
Na sua essência
Mais pura,
Vem comigo
Adejar pelo infinito,
Ao abrigo celestial!
Vem, amigo,
Que tudo é tão bonito!
Mostrar-te-ei a Excelsa Cadência
Da Poesia de Estrofes de Ouro,
Eternal Tesouro
Da Obra de Deus!
Vem! Porei ao alcance dos
Olhos teus,
O véu da noite no ocaso,
Algo esplendoroso de admirar:
O céu, gigante azulino
Tomado pela escuridão,
Solto no espaço, sem nenhum
Esteio, a prendê-lo à imensidão!
Vem! Mostrar-te-ei
O sol, no horizonte desmaiando,
A brisa, a praia beijando,
E, em concerto de formosura
Sem igual,
O Senhor Deus, do astral,
Regendo, a Orquestra Divinal,
Permitindo a todo olho humano
Ver o céu pejado de estrelas,
As nuvens e o luar --
Suspensos no espaço sideral,
A brincar, a enfeitar, a clarear,
A noite escura.
Tudo é poesia!