MEIO MAIO
MEIO MAIO
O frio de junho
vagarosamente invade
minh´alma.
Um vento frio,
pelo corredor da mente,
varre palavras
armazenadas na imaginação.
Ainda que seja de maio,
- do meio de maio -,
gosto do vizinho junho,
com seu frio acolhedor.
Sugere um café
nesta varanda,
onde o sol da tarde,
entre árvores, flores e frutos,
sem alarde,
anuncia o fim do dia.
Sou de maio,
quase meio de ano:
o ano inteiro,
com meias palavras,
crio metáforas - fora
de qualquer calor:
inexatas, de falso valor.
Meias palavras
se inserem na poesia
revelando minh´alma
quase pia
entre terna e fria,
entre a terra e o amor.
Nelson Marzullo Tangerini.