A doçura do ingá
Não esmoreças, oh, doce ingazeiro
Nem permitas, que cessem de vez teu florescer
Amanhã, fique certo, acordará novo dia
Aquele suculento fruto que eu comia
Quero tornar de novo, em breve comer!
Não fraquejes, oh, resistente ingazeiro
Nem quede por tristezas, suas galhadas
Amanhã, por certo virará, pra vir novos tempos
Repare, já está fazendo gotas, em céu cinzento
Garanto que há de vir pra ti, chuvaradas!
Não se prostres, oh, nobre ingazeiro
Nem se deixes que põem fim, em tua lida
Segures firme, tuas folhas que restam, inda verdes
"Matarás" com vigor e alívio, tua fome e sede
O amanhã lhe reservará, farta vida!
Não te entregues, oh, inquebrantável ingazeiro
Reerga-se deste teu vergar, em tênue fio
Verás, que no amanhã será tua sorte
Prenuncia-se chuva boa, advinda com ventos do norte
Pra transbordar em ti, águas de teu santo rio!
Não lhe falei, oh, amigo ingazeiro
Vejas, agora o que te aconteceu?
Chegou o hoje, teu amanhã florido e prometido
Este é só mais um, dos teus dias vencidos
Pois Deus sempre cumpriu a todos, o que ELE prometeu!