DE PAISAGENS DA JANELA
Vivo só
Para quem vive só
As vezes basta lembrar do riso
As vezes basta ouvir a fala
As vezes um ruído
O som amigo do cão latindo
No quintal de casa
Para que tanta saudade
Ao lembrar do que passou
Para que sentir que leva no peito
Ferido o gemido da alma
E o rosto salgado da lágrima cristalina?
Bom eu sempre vou de esquina em esquina
Vagabundeando no meus pensamentos
Já pensou se eu fosse o vento
Que corta o mundo e seus fundamentos
Somente na ideologia de somprar.
E se eu soprasse como um velho sopra em seu cachimbo a fumaça no ar ?
Muitas quimeras voaram no meu céu
Muitos narcisos já morreram em meu coração renascentista, no peito do artista, vive a emoção, nas ideias sim e na vida não.
Mas embora a solidão que apavora
O mundo que há lá fora,
Correndo na contra mão
Eu vou de vida em vida
Vento que se precipita
No vazio de qualquer sensação!