DE PAISAGENS DA JANELA

Vivo só

Para quem vive só

As vezes basta lembrar do riso

As vezes basta ouvir a fala

As vezes um ruído

O som amigo do cão latindo

No quintal de casa

Para que tanta saudade

Ao lembrar do que passou

Para que sentir que leva no peito

Ferido o gemido da alma

E o rosto salgado da lágrima cristalina?

Bom eu sempre vou de esquina em esquina

Vagabundeando no meus pensamentos

Já pensou se eu fosse o vento

Que corta o mundo e seus fundamentos

Somente na ideologia de somprar.

E se eu soprasse como um velho sopra em seu cachimbo a fumaça no ar ?

Muitas quimeras voaram no meu céu

Muitos narcisos já morreram em meu coração renascentista, no peito do artista, vive a emoção, nas ideias sim e na vida não.

Mas embora a solidão que apavora

O mundo que há lá fora,

Correndo na contra mão

Eu vou de vida em vida

Vento que se precipita

No vazio de qualquer sensação!

isaac santiago
Enviado por isaac santiago em 05/04/2022
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