O castigo do Xexéu

 

 

Como dádiva de Tupã, desceu do céu

Para consolar os indígenas adoecidos

Assim narram a bela lenda do Xexéu

A ave canora dos castigos recebidos

 

Com seu canto melodioso e agradável

Tecia as notas tão singelas e curativas

Que encantavam de modo inexplicável

Aos habitantes das florestas primitivas.

 

Mas o orgulho foi seu fiel conselheiro,

O fez achar-se o Senhorio do paraíso.

Esqueceu-se que era só o mensageiro,

Quando a soberba lhe tirou todo juízo.

 

Imitava de outros pássaros a melodia

Para provar que era exímio cantador,

Esquecendo de exercitar no dia a dia

O próprio canto com perícia e amor...

 

As outras aves se sentindo ofendidas

Foram apelar para o deus, seu criador.

Reclamando providências pretendidas

Duros castigos para o atrevido imitador.

 

E ao saber no que seu pássaro enviado

Se transformara por vaidade e ambição,

Tupã tomou o dom do canto abençoado

E como castigo lhe deixou a imitação.

 

Insatisfeitas impuseram outros castigos

E outras aves o perseguem por vingança

Eternamente destruindo os seus abrigos

Não permitindo que povoe a vizinhança.

 

Assim o Xexéu, famoso pássaro-tecelão

Para proteger sua ninhada dos algozes

Que abandonado por Tupã, seu guardião

Faz o ninho junto às vespas mais ferozes

 

E à revelia de outras espécies ainda vivem

Sempre exilados e vigilantes tais cantores,

Junto às vespas, corajosos sobrevivem...

Cumprindo a sina de exímios imitadores. 

 

Adriribeiro/@adri.poesias

 

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 10/03/2022
Reeditado em 23/03/2022
Código do texto: T7469904
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.