Açaí da Estrada

AÇAÍ DA ESTRADA

Foram tantos dias e noites de nostalgias

Sonhos e pessoas pelos caminhos

Foram muitos os açoites e alegrias

A esperança brotava entre os espinhos

A vida que segue em frente sem parar

Alegrias e tristezas foram vividas

O Ver-o-peso na madrugada era o lugar,

das chegadas e das partidas.

Era um ir e voltar sem interrupção

Uma parada rápida, pouco descanso

A lida com o fruto era uma paixão

As latas eram cheias até o "tampo"

A fé de seguir nunca cessava

O fruto na carroceria vinha solto

O som da feira de madrugada

Quase sempre, não sobrava um caroço

Eram muitos os compradores,

Manoel, Antônio, Zeca e João,

que andavam no meio dos corredores,

feitos entre aquela multidão.

O "açaí da estrada" não tinha lugar certo

Vinha do Gurupi,74, etc... Cachoeira!

De São Luís alguns chegavam Perto

Em meio algumas estradas de poeira

Saíam de Belém no início do dia,

quando voltavam era madrugada

A feira ficava uma agonia,

quando chegava o açaí da estrada

Várias paradas até completar a carga

Chuva, sol, noite e dia eram vivenciados

O transporte era feito de forma "árda"

Os medos e os desafios eram superados

Nessa viagem tinham dois lugares certos,

Belém-Maranhão era uma dura jornada.

O estradeiro atravessava esses desertos,

muitas vezes, por toda a madrugada

Para finalizar esses pequenos relatos

Saudade imensa existe no coração

Foram muitos os participantes dos fatos

Pena que muitos, entre nós, já não estão

O açaí da estrada tem sabor diferenciado,

a cor e textura, sem comparação

Hoje muitos continuam o legado

deixado pelo pai, tio, mãe ou irmão.

SILVA, Isaías Lima.

SILVA Isaías Lima
Enviado por SILVA Isaías Lima em 20/02/2022
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