Escuro

Ando triste e calado, mesmo sem dizer.

Venho atingido picos e caído em desamores.

Como existir na lembrança, tenho passado.

Eu sei que mal não me quer.

Sei também que se duvidasse de minha melancolia, me chamaria.

Quero, mesmo quieto, um beijo.

Não diga.

Sinta, devagar.

Ah! Que saudades!

Do velho mar negro onde me afundava.

E se agora voltar para aquelas ondas.

De certo, não voltarei mais.

Esse caos me aloja no seu lençol.

Só quero sossego, e você me nina.

Menina - você diz - me faz feliz.

Meio caída de madura, bato meu corpo no seu.

Desmancho em você.

Deixa existir toda a solidão em nós, me acompanhe só.

Levanta e joga os cabelos pra trás.

Sol na sua janela.

Luz no seu olhar.

Fechei as janelas e me escureci de novo.

Samara Abdul
Enviado por Samara Abdul em 21/11/2007
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