Sempre quando finda a tarde
Tão breve é a tarde
No recolher do dia
Eleva-se em calmaria
A ocultar nossos degredos.
Às vezes, por ser tão arredia
Acende nossas involuções e segredos.
Dói em mim o escoar da tarde
Se há vento aventureiro
Vem em tintas de euforia
E se vira em tormento.
Tão breve é a tarde
Voa solta em disparada
Com mãos tintas de prata
Chega e vai deixando marcas
E uma saudade me aniquila
Fere como cicatriz ou tatuagem
Algumas vezes, me ilumina
É quando tudo se define
Sempre que - definitiva - a noite chega.