Barcos de papel

    BARCOS DE PAPEL

Também já é grande a flotilha

De barquinhos em papel dobrado,

Navegando, seguindo as águas

Com os poemas inacabados.

A eles, respeito de poeta

Que apesar de todo empenho

Não expressou-se com forma bela,

Faltou mais tinta na aquarela.

Algumas rimas valem guardar,

Algumas idéias podem voltar,

Noutro momento, noutra vontade,

Sem ressentimentos vão esperar.

A história não os conhecerá,

Serão só lembranças navegantes

Que se foram sem saudade deixar,

Jamais repousarão nas estantes.

Os poemas que não navegaram

Existem por muita insistência,

O que no peito já não cabia,

Com as letras virou poesia.

Seguindo seus naturais caminhos,

Conduzam escritos com carinho,

levem também as desculpas, águas,

Afoguem  todas possíveis mágoas.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 10/01/2022
Código do texto: T7426515
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