O VENTO D'OESTE
O VENTO D'OESTE
Manoel Belarmino
O sopro do vento
No girar da Terra
Em cada momento
Num canto se encerra.
O vento molhado,
Orvalho sereno,
Que cobre, malhado,
O vivo terreno.
Trovão, trovoada,
Clarão de "relampo"
Ou noite acalmada
Pelo pirilampo.
São noites escuras
Com rasgos de raios
Molhando as securas,
Curando desmaios.
Oh ventania d'oeste,
Que consigo arrasta
Chuvas pro Nordeste
E a secura afasta!
Faz-me, numa noite,
Assim, renascer,
Novo, sem açoite,
Desperto, crescer.