A lágrima, o vestígio e a janela
Do décimo andar.
A chuva na janela
Numa tarde melancólica
A figura bucólica
Que num arrepio gela.
É só abrir e pular.
Pular do décimo andar
E não olhar na cara do medo
Sentir o vento no rosto
Encerrar de vez o sendeiro.
Voar para o além.
Sabe Deus,
Às vezes não entendo
Porque as pessoas sofrem
Sendo que nascem para serem felizes.
Daí,
Encosto na janela
Olho pra rua
Olho pra lua
E não vejo nada além do nada
Querendo existir.