O Avião da Agonia
Primeiro pegamos um carro,
Estrada sinuosa escorregadia,
Corria outras vezes voava,
De quando em vez parava,
Depois o saltitante avião.
Ao fechar os olhos a magia,
Ao redor nuvens mais nada,
Mormente contemplava o vazio,
Parecia ausente no universo.
Mas obviamente tudo ouvia.
A multidão chegava e dizia
Tragédia maior não existia.
Apagou no sono profundo.
Quanto tempo assim passou.
Distante sem o olhar fixar.
Descuidadamente tropeçou
Cambaleou caiu no abismo.
Lá no fundo pensou,
Assim seria mais feliz
Tanto esforço e desgosto.
Papagaiada para nada.
A vela no escuro reluzia,
Raízes por compulsão comia,
Sentia frio, mas não tremia.
Nem lacrimejar conseguia.
Com a boca seca dizia.
Alguém ajudar poderia.
Porém ninguém respondia.
Tentou gritar não conseguia.
Por dentro ainda gemia.
Soluçando o interior desfalecia.
Seres suscetíveis ao engano.
Por fora extrema realeza,
Por dentro nenhuma beleza.
Amor, compaixão, misericórdia.
Palavras desconexas da realidade.
O coração parava, a vida jazia.
Naquele instante o celular vibrou.
Despertei ofegante em calafrio.