Pássaros cansados
A manhã é cinza como um vestido de festa
Amanhecido e molhado, pela chuva de setembro
Os pássaros também estão molhados
Se abraçam serenos entristecidos.
Na preguiça do dia
Poucas coisas se movem
Nem o tempo quer passar
Se enrola devagar na água que desce.
As hortênsias temporonas, também não se mexem
Em seus tons ainda desbotados
E a vida escoa tirana, lenta e insone
Nos faz reféns, sem aceitar nossas barganhas
Somos parte do tempo, pássaros cansados
Sob as chuvas de setembro.