Mar aberto

Me parece que vivi sempre

Em mar aberto, com uma bóia apenas

Não volto para a areia

Nem sigo para alguma embarcação

Fico ali, bem e mal

Com algumas cãibras

Às vezes afundo

Querendo mesmo que o mar me tome

Mas ele nunca quis,

Ainda não.

Às vezes vislumbro um pedaço de terra, um chão

Me esforço feliz

Mas é miragem

Meus pés parecem nunca encontrar terra firme

O que foi me dado, é a bóia

Só o suficiente para estar viva.

Rebeca Mello
Enviado por Rebeca Mello em 10/09/2021
Reeditado em 19/10/2021
Código do texto: T7339571
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