TALVEZ
(Sócrates Di Lima)
Talvez um dia eu me encontre,
Em caminhos que desconheço,
Ou mesmo reencontre,
O mesmo endereço.
Talvez eu queira,
Talvez não,
Isso é besteira,
Pensar assim não é solução.
Talvez eu ainda me lembre,
De como era feliz e não sabia,
E até mesmo relembre,
Os efeitos da poesia.
Talvez eu, ainda, chore,
Talvez eu, ainda, venha a sorrir,
Talvez, ainda, explore,
O amor que sinto, antes de partir.
Talvez o amanhã nem chegue,
Nem Sol de inverno e nem chuva de verão,
Talvez eu me pegue,
Na minha própria contramão.
Talvez eu, ainda, me recorde,
Das coisas que me fizeram feliz,
Talvez eu, ainda, acorde,
Das bobagens que fiz.
Talvez eu me olhe no espelho,
E me confunda com as cores,
Não distinga o azul do vermelho,
Nem as fragrâncias das flores.
Talvez eu nem me lembre de nada mais,
Nem das letras das minhas canções,
Talvez eu chore meus ais,
Nas minhas antigas emoções.
Por certo, eu, ainda ,vejo nas madrugadas,
Ao cerrar dos olhos molhados,
Duas luas, flores no ninho espalhadas,
Lindos momentos guardados.
Certo é, que eu bem me lembro,
Da bonequinha com um lembrete, "Eu te adoro de montão",
Das loucuras de janeiro a dezembro,
Da saudade louca daquela paixão.
Talvez eu esteja sem razão,
Um tremendo de um orgulhoso,
Intempestivo mas de intensa emoção,
O que me leva à minha exacerbação.
Talvez, eu queira ser melhor,
As lembranças e a saudade,
Faz parte da vida e e não é pior,
Do que amar e sofrer na própria realidade.
Talvez....Talvez....
Dúvidas ou não,
Vou por aí, vivendo um dia de cada vez,
Ou quem sabe, ainda, esperando na mesma estação.
Talvez.... TALVEZ!