Aquavitae

Água em bicas,

Sangue arterial de montanhas

Alma pura das alturas

Que desce em vida,

Aquece-se e se esquece,

Da rocha e do limo,

Do orvalho e do frio

Dos deuses e das ninfas.

Serviste à sede.

Fizeste sexo em rocha aparente,

Banhaste teus pássaros e tua flora,

Murmuraste beijos de amor.

Mas te vejo suja e tristonha,

Carregada de peso que versejas,

Em luta com pares.

Não te esqueças,

É da semente

O ciclo mais puro

A água mais viva.

Não morrerás jamais,

Serás a gota mais limpa,

Mais cândida e mais calma.

Te espero no céu.