É Fato!

É fato!

Sou do tempo

do retrato, na pracinha,

em branco

e preto, de bandinha

no coreto, de Gagarino,

e João Balaio.

É fato!

De fato envelheci,

tem coisas que esqueci,

outras não esquecerei, espero,

não sei!

É fato!

Chutei bola de Kichute,

desci ladeira em rolemã,

tanto carinho a meu

carrinho...

deslizei em Romesnadi,

pedalei velha Caloi,

hoje o banco já não dói,

mas doía.

É fato!

Dei banda em Austin,

verde musgo, A -- 40,

mas empacando no burrinho,

sem nunca estar sozinho,

havia sempre comigo,

Deus.

É fato!

Pulei fogueira e carnaval,

também o muro do quintal,

derrubei,

sujei, roupas do varal,

tantas fiz

e

tanto faço

que foi dando esse cansaço,

cada vez menos que faço,

chega um dia e já nem faço,

passo dessa

então refaço,

justo o passo

e o compasso,

houver vida,

vivo o tanto,

vivo o tudo,

e... descompasso.

É fato!

fabio fernandes
Enviado por fabio fernandes em 01/08/2021
Reeditado em 01/08/2021
Código do texto: T7311818
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.