É Fato!
É fato!
Sou do tempo
do retrato, na pracinha,
em branco
e preto, de bandinha
no coreto, de Gagarino,
e João Balaio.
É fato!
De fato envelheci,
tem coisas que esqueci,
outras não esquecerei, espero,
não sei!
É fato!
Chutei bola de Kichute,
desci ladeira em rolemã,
tanto carinho a meu
carrinho...
deslizei em Romesnadi,
pedalei velha Caloi,
hoje o banco já não dói,
mas doía.
É fato!
Dei banda em Austin,
verde musgo, A -- 40,
mas empacando no burrinho,
sem nunca estar sozinho,
havia sempre comigo,
Deus.
É fato!
Pulei fogueira e carnaval,
também o muro do quintal,
derrubei,
sujei, roupas do varal,
tantas fiz
e
tanto faço
que foi dando esse cansaço,
cada vez menos que faço,
chega um dia e já nem faço,
passo dessa
então refaço,
justo o passo
e o compasso,
houver vida,
vivo o tanto,
vivo o tudo,
e... descompasso.
É fato!