Vem...
Vem... dessa tua remota
batucada,
sei lá de onde,
trocando os pés,
na ébria descompassada
cadência, decadência...
talvez,
volta
outra vez.
O teu requebrado é
tonto
e
qualquer palmeira,
mais qu'altaneira,
é encosto, posto,
ponto
de equilíbrio
e direção, qualquer
direção, entre uma
e outra piração,
divagação... em vida.
Teus, olhos verdes, lacrimejam
e perdem o brilho, da boca a voz
no estribilho que teimas em repetir
a plenos pulmões, em meio a fria rua
e diz "sou feliz, tão feliz, assim, em meio à minha perdição, a própria
perdição", versos de tua autoria
que
fazes
canção,
essa tua
condição.
Vem... dessa remota
batucada,
trazendo o teu beijo
azedo de cerveja,
cigarro e pigarro,
do que tiro sarro
ao perceber teus desejos plausíveis
apenas na mente, devo rir, impossíveis
a ti.
Conservando o travo do pecado
dos saborosos cambucais, vem
bem assim traz para mim o que
sobrou
de ti.
Inspirado nos versos
da magistral composição
Olhos Verdes de Vicente Paiva,
imortalizados em canção na voz da
maravilhosa cantora Dalva de Oliveira.