Vem...

Vem... dessa tua remota

batucada,

sei lá de onde,

trocando os pés,

na ébria descompassada

cadência, decadência...

talvez,

volta

outra vez.

O teu requebrado é

tonto

e

qualquer palmeira,

mais qu'altaneira,

é encosto, posto,

ponto

de equilíbrio

e direção, qualquer

direção, entre uma

e outra piração,

divagação... em vida.

Teus, olhos verdes, lacrimejam

e perdem o brilho, da boca a voz

no estribilho que teimas em repetir

a plenos pulmões, em meio a fria rua

e diz "sou feliz, tão feliz, assim, em meio à minha perdição, a própria

perdição", versos de tua autoria

que

fazes

canção,

essa tua

condição.

Vem... dessa remota

batucada,

trazendo o teu beijo

azedo de cerveja,

cigarro e pigarro,

do que tiro sarro

ao perceber teus desejos plausíveis

apenas na mente, devo rir, impossíveis

a ti.

Conservando o travo do pecado

dos saborosos cambucais, vem

bem assim traz para mim o que

sobrou

de ti.

Inspirado nos versos

da magistral composição

Olhos Verdes de Vicente Paiva,

imortalizados em canção na voz da

maravilhosa cantora Dalva de Oliveira.

fabio fernandes
Enviado por fabio fernandes em 24/07/2021
Código do texto: T7306553
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