L U C Y D E U R
L U C Y D E U R
Eu a vi tão frágil como sempre foi ou terá sido
O corpo chamuscado pelas chamas dos sonhos
A normal idade no terrenal e tenebroso orco
Criança afligida por suas nascentes feridas
Peregrina devastada pelo fogo de Prometeu
Suas dores pareciam aos demais invisíveis
Por mais pueris fossem suas necessidades
Quem mais queria, ousava ou poderia vê-las
As suas coleções de fantasias e carências
Senhoras carências, quem saberia entender
Os desocupados pelo edital da sobrevivência
Pobre criança abusada, chegou à adolescência
Usada como se eletro doméstico fosse apenas
A vida turva futura, já denunciava presença
Os ais e as fragilidades a despiam de tudo
Olhos não podiam visualizar senão tristezas
À inteireza de seu sonhar, ela não poderia
Realizar nunca sua melhor, alvejada natureza
Nesse mundo ela via habitado por bruxas
Elegantes e corcundas que tudo o q queriam
E desejavam na vida era diminuir o tamanho
Da bunda. Chimpanzés peludas em busca
Das salas de depilação. Que poderia ela
Desamada e modesta criatura, ousar querer
A amizade das pernas peludinhas, vaidosas
Madonas de incontáveis rinhas. Sondava-se
Era um ser humano, uma mulher. Queria sim
Ser mais do que uma vaidosa chimpanzé
Por que lhe negavam o beijo saudável e o
Abraço, a ternura que ela precisa e quer???
(P.S: UR, poderosa cidade-estado na antiga Suméria, localizada ao sul da Mesopotâmia, às margens do rio Eufrates, golfo Pérsico, hoje Tell el-Muqayyar, na província Dhi Qar, atual Iraque).