Incertezas
Busco nas palavras
O que me faça entender
O vazio aldeamento
Para a espécie humana
As gestações deste tempo
O penar pelas ausências e tormentos.
Das minhas mãos vertem areia e sangue
Dos desertos que trilhei
Me acolhe, um emaranhado de mangue
E as solidões
Dos oceanos secretos que cruzei.
Busco nas palavras as respostas
Para o incerto porvir
Me responde, o som ácido, impreciso
De um tinir de flechas inclementes
Que tocam meus passos já descrentes.
Sem respostas – com os humanos – diviso
O silêncio que se ensaia nas bocas cansadas
Ocultas por máscaras em simetrias
Camuflam-se sorrisos
Que aos poucos se guardam e se fecham
Nas bocas frias.