A ALDEIA

A ALDEIA

Nasce uma estrela, é noite, e a seguir a lua cheia

Já começa a despontar, tocando a linha do horizonte.

Os grandes carros de bois vêm chiando pelo caminho

Grupos de moços e moçoilas, tão frescos como arminho

Vão cantando à desgarrada pelas quebradas do monte

E na aldeia sossegada, vê-se o luzir da candeia.

Já nos beirais do telhado repousa a andorinha dormente

Pia o mocho arrepiado, naquele seu choro dolente

E já de regresso à aldeia, o pastor trás seu rebanho

O cabreiro desce a serra; do prado vindo é o boieiro,

Já na capoeira o galo, tem subido ao seu poleiro.

Só de vigia estão só cães a um movimento estranho.

E na aldeia sossegada, vê-se o luzir da candeia.

Rompe o dia, é manhã cedo, de novo começa a vida

Já a cotovia do prado é distraída e contente

Da chaminé do telhado, sai o fumo espessamente

No sino do campanário a badalada é repetida

E é este todo o fadário de uma aldeia adormecida...

Armando A. C. Garcia

São Paulo, 21/09/1959

E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 17/11/2005
Código do texto: T72725