Choveu
Choveu!
Um raio de sol na tarde
Teima em quebrar-se
Numa janela perdida
De vida esquecida
A renovar-se.
Um instante, uma dança
Ardente
Réstia de vida, em balança
Semente.
Num fugaz corrupio
Se debate, rola, corre
Tremeluz no vento frio
E na subida se morre.
Não sei como nem porquê
Aquele raio cadente
Levou tudo o que não vê
A sentir certeiramente.
E a chuva
Não molhou
Mas quando a tarde se escoou
Deixou lembranças
Nos olhos das crianças.