Povo fantasma
As ruas estão mortas e nelas se infiltram as sombras, o tempo fez seu trabalho antecipando o esquecimento com esse desdém calculado
As casas estão vazias, ali ninguém mais cultiva a esperança, nem se escuta o espanto, nem o grito do feliz ou do aflito
Não á pombas nem pipoqueiro, nem sorte azar ou mistério, apenas dilúvios de agua que bruscamente varrem o que restou
Os dias e as noites já não fazem sentido, são como instantes enterrados no tempo, como horas implacáveis dum perpétuo crepúsculo...