JURAMENTO

Pelo ar que me refresca,

A água que me sacia,

O fogo que me aquece

E a terra que tudo cria,

Juro nunca desistir

De sonhar e construir

Castelos em poesia.

Cantarei com maestria

As belezas do sertão:

As cantigas, os folguedos,

As apanhas de algodão,

Os causos de beiradeiros

Em alpendres e terreiros

Nas debulhas de feijão.

Juro cantar meu torrão

Que sofrido continua,

Mas ainda tem a paz

Que não se tem mais na rua,

E recebe toda noite,

Depois que o sol faz pernoite,

Beijos e abraços da lua.

Não há nada que destrua

Meu desejo de cantar

A esperança de um povo

Que rir para não chorar,

Que debocha da desgraça

Sem nunca perder a graça

E a vontade de sonhar.

Não deixarei de tocar

Minha viola querida,

Companheira solidária

Em hora triste e dorida;

Seu som me emociona,

Quanto toco vem à tona

A paz que sonho na vida.

Pelo ar que me dá vida,

A água que me sacia,

O fogo que me aquece

E a terra que tudo cria,

Juro nunca desistir

De sonhar e construir

Castelos em poesia.

Dideus Sales
Enviado por Dideus Sales em 23/04/2021
Código do texto: T7239566
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