Claridade
O cenário agora é desértico
Não pulsa como antes a cidade
Todas as cidades se calam
Um silêncio forçado paira no ar
E o rio ali, antes festivo
De barcos, vozes e cores
Parece que entende
Solitário, se arrasta, parece cansado...
Só os pássaros cantam
Cantam – também – muitos poetas.
Enquanto a noite desce
Rezamos contritos
Muitas preces
Santo Anjo, Pai Nosso, Ave Maria
Inquieta e conturbada romaria...
Ouço um bater de asas, é dos passarinhos
Faço de conta que são de anjos
Anjos de luz bem limpinhos
Guiados por Deus em seus caminhos
Para varrer o ar...
E como já disse o grande e amado Chico Xavier, “tudo vai passar”.