Inspiração

Ando tão seco
Tão sem sombra
Sinto-me diferente
Seco como o gibão
Peitoral, perneiras, jaleco
Chapéu
Roupas dos vaqueiros na poeira do sertão
Sinto-me um cangaceiro à beira de um rio seco
Ou correndo entre os arbustos espinhentos e ferozes
Ando tão seco que me sinto deserto
Um pé num rio frio e outro no céu da sorte
Essa que procuram os destemidos
Da sede e da morte...
Ando nesses caminhos repletos de pedregulhos
Tropeçando na madrugada no sonho
Rodeando mandacaru
Com sede de vida
Esperando couro cru
Refazendo fazenda
Com olhar de tuiuiú 
Emmanuel Almeida
Enviado por Emmanuel Almeida em 24/03/2021
Código do texto: T7215131
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