Ao andarilho ignoto
Por esses montes brandos
Brinca o pai ígneo da vida,
Atento a tudo na subida
D’ameia nos locais baixandos.
Por entre as árvores se coloca
E no chão de folhas luz aloca.
Luz inocente qual em primo dia.
A tarde flui sem falta que expia,
Límpida como d’antes à queda,
Então a gente também leda.
Passa o longo vagão sonoro
E rompe o silêncio inodoro.
Cospe parcelas de fumo.
Deixa rastro no lento rumo.
Com retidão ele flutua
Por entre a mata verde e nua,
Sob a férrea e constante linha.
No bosque há muito se aninha.
Ao silêncio celeste e completo
Ajunta-se logo outro discreto.
No vilarejo dali bem perto,
Na marquise da igreja fechada,
Vive um d’experiência experto,
Mas isento de terras e manada.
Com ideia, de pobreza, já cansada,
Dorme o sono tranquilo de um cão
No tão duro e eclesiástico chão.
Deixai o infeliz adentrar
Banhado já por infortunado mar,
Que ele só busca a salvação!