O Sol e a Tarde

À tarde o elemento da fornalha

Pelos cantos do planeta escorre;

Cada partícula é como uma navalha

Cortando a tarde, que mais tarde morre.

Girando em torno da mansão altiva

A nave de ouro pelo espaço corre,

Luzindo falsamente a tarde esquiva;

Brilho fugaz, pois a tarde morre.

Findo o espetáculo da mor plateia

O artista cansado tome um porre,

E rindo, um riso insosso, cambaleia

Enquanto em agonia a tarde morre.

O relógio faz soar, com nostalgia,

Seis badaladas, numa velha torre,

Anunciando que findou o dia,

E envelhecida expira a tarde e morre.

Humberto Cláudio
Enviado por Humberto Cláudio em 13/03/2021
Código do texto: T7206048
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