de soslaio olhar matreiro

da mata nascente
nos caminhos de asfalto e dormentes
abrem-se as cidades
de tamanhos e sonhos descentes
e de tudo um pouco
o povo e seu olhar incandescente
de pouco tudo
desse silêncio observador
cria-se a paciência até na dor
do sul ao norte, do leste a oeste
o sentimento silvestre
o som da cachoeira ordeira
das nascentes dos riachos rios inconsequentes
vazando para todos os lados
indo além do nordeste
esse leste que alimenta o oeste, beira mar
e do olhar perdido no Jetiquinhonha
e o que brilha faz a saudade ressonar
Montes Claros, olhar de todos os lados
Pedra Azul
na volta o caminho de Diamantina
o sol de vontade nordestina
o de lá e o de cá
onde tudo começa
no coração e na saudade
da Antônio Carlos
do Ponteio
do cheiro mineiro
de saber receber, ofertar e dizer um adeus de volte sempre...
saudade dos domingos ou quintas feiras de Mineirão
o torresmo e a mandioca, salve à luz de um lampião
o tropeiro matando a fome do cidadão...
de Cristina à beira das lagoas clandestinas
caminhos serras montanhas e os mares de centeio
o pão de cada dia
dia mês ano
inteiro


 
Emmanuel Almeida
Enviado por Emmanuel Almeida em 05/03/2021
Código do texto: T7198995
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