AMIGO BASÍLIO
Hoje me vieram à mente, os momentos de um passado inesquecível
Lembrei do colégio das irmãs, e do bom tempo ali vivido
Os muitos amores, as dolorosas paixões, os amigos
E as brincadeiras entusiasmadas, lideradas pelo Basílio
A saudade, velho amigo, hoje se abraçou a mim em pranto
Não consigo conceber tua partida, por que te tiram de perto?
Teus amigos ainda te pedem um pouco mais de atenção
Fingido não teres ido, apenas te afastado por ingratidão
Misto de resignação e dor é um não aceitar
Implorando uma nova chance ao Senhor
Insistindo por um recomeçar
Lembrando que não foi o suficiente,
Que não te demos todo amor
Morte, certeza única da vida
Mas nunca concebida, acompanhada sempre de muito penar
E tu que eras tão jovem, incompreensão sentida
Porque precisava ela, sabendo que amava a vida, se apressar?
É, mas, talvez, a culpa foste realmente tua
Precisava demonstrar tanta dedicação
Precisavas ter tanta pressa, de chegar à lua
Deus percebendo-te deu a redenção
Te convidou pra perto dele, e fez da tua agradável companhia
No céu nova estada e animou um pouco uma possível monotonia
Desculpa minha heresia, meu jeito simples de dizer
Que a saudade dói, mas não temos mais nada a fazer!
Mas a certeza de um reencontro
Conforta-me na tua longa viagem
Sabendo que um dia a mesma farei
E poderemos recuperar a pressa dessa tua passagem.