HÁ COISAS
lisieux
Há coisas, que só aos poetas pertencem:
o silêncio sepulcral da noite e os barulhinhos diários
que contam milhares de histórias de vida
a solidão da lua no alto céu de outono
cravejado de estrelas cintilantes
e o brilho derramado nas calçadas
pelo astro-rei em tardes quentes de verão
Também são deles as gigantescas vagas do oceano
em dia de inverno, tempestuoso
e o doce correr de águas doces e serenas
de riozinho em município interiorano.
Há coisas, que só aos poetas pertencem:
a pena, que é injeção de amor nas veias,
o papel, palco vazio a ser tomado por figuras
personagens no teatro da existência
Aos poetas pertencem: o cálice da dor e da saudade,
sangue corrente pelas veias da paixão...
e o pão em forma de desejos saciados
em oferendas nos altares da ilusão.
Há coisas que só aos poetas pertencem
e que ninguém "de fora" pode compreender...
as letras que se tornam versos livres
causa e efeito deste ofício de escrever.
BH - 26.09.07