Introspecção


Sob a majestosa beleza das grandes árvores,
semeei ao vento meus sonhos possíveis...
Um profundo pensamento em Deus.
Reexaminei o meu amor e minha vida.
Murmurei baixinho, lembranças de minha mãe, meu pai,
meus irmãos, filhos e amigos...
Atento ao horizonte, não percebia meus pés,
que insinuavam-se às raízes, que firmes ao
seu sustentáculo destino; miravam meus dedos
e admiravam os pequenos solidéus que cobriam
minhas raízes...
Entrementes, pequenas formigas desfilavam indiferentes,
sobre seus pequenos corpos, imensas folhas picotadas
eram conduzidas a profundas galerias;
pois a chuva insistia em vir...
E o vento, nos acariciava a todos, com afabilidade maternal.
Eu bem ali, sentado sobre uma confortável pedra,
dedilhava seixos com esmero de monge,
em breves movimentos, se deixavam passar por contas
de rosário.
Era momento de aproveitar o silêncio!
Minha vara de pesca, afixada à beira do rio,
vibrava sistematicamente.
Os pássaros quebravam o silêncio vez em quando,
para fazer o relógio buscar o sinal do meio dia.
Pequenas folhas e flores se deixavam cair na flor dágua.
Peixes saltavam receptivos entre reflexos platinados do rio.
As nuvens se alinhavam, exibindo cores insinuantes.
Tudo era igual e maravilhosamente novo!
Eu não trouxera minha máquina fotográfica,
meus olhos piscavam atentos a tudo!
Minh´alma tratou logo de imprimir na lembrança,
este lindo dia, que me faz ser, um homem criança;
dessas que não sabem contar tudo direito.
Estava pronto o rascunho de um dia perfeito!



José Tadeu Alves
 
José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 31/10/2007
Reeditado em 22/05/2018
Código do texto: T717821
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