A visão do poeta
Já era uma tarde finda
e eu ali sentada ainda,
no banco daquela praça…
Meu semblante sem graça,
a ruminar tolos anseios
da mente em devaneios.
Mas meu espírito aberto,
observando ali por perto,
avistou um andarilho
tristonho e maltrapilho,
que estava a ouvir gorjeios,
dos pássaros alheios.
Vi que em sua mão,
havia um mata-borrão.
Na outra um dedo em riste!
Na hora eu fiquei triste,
mas olhei com atenção
e chorei de emoção.
Pois vi que era um poeta.
Seu dedo era sua caneta
e a praça o seu cenário…
O poema era imaginário.
Os pássaros a inspiração.
A poesia era aquela visão.
Adriribeiro/@adri.poesias