N'algum lugar

Algures uma sombra

Para descansar o juízo

Volta e meia realizo

Meu torrão de chão envolto

Mata virgem verdejante

Não muito além do mar

A dentro perto ou distante

Um espelho d'água doce

Um escopo de varanda

Uma rede preguiçosa

Um oásis de pomar

Palmeiras esvoaçantes

Fixo em amenidades

Saudades e amendoeiras

Senhor de mim passo eu

E passa o tempo viajante

Entretendo a vida vagarosa

De setembro a agosto

Ao gosto do dia a pino sob a eira

O sol luzindo à beira

O silêncio presente rompido

Ao estampido Sr. cigarro

Chamando Dona cigarra

Com o seu canto

Estriduloso ensandecido

À noite a tarde finda

N'um crepúsculo

Rubro-negro fulgurante

A lua prenhe enfeita

A penumbra glamourosa

Num piscar à nuas vistas

Tantas constelações

De estrelas nunca vistas

Nem outras tantas

Convenções reluzentes

Sob um breu tão afetuoso

Entre cochilos

Grilos aos chinchorros

Quem sabe um dia enfim

Lá eu não morro

Gozando longevidade

Criando cabras

Galinhas e um cachorro...