ADOECEDOR
Meus poros sangrantes
Sangram,
Sangram meus olhos,
Sangram meus ouvidos,
Meus pensamentos,
Meus sentimentos sangram.
Sangro neste texto,
Sangra a minha voz.
De dor
Contorcem minhas vísceras,
Meus nervos tremem por todo o meu corpo.
Ontem, também,
O dia também choveu.
E chove
Há tanto tempo por aqui...
Apesar da Terra,
Da terra,
Precisar de Água,
Estamos, lamentavelmente, inundados.
Ontem, o sol, a lua, as estrelas
Não me receberam e nem tão pouco
Se despediram de mim.
Meu organismo,
Ausente de enfermidade,
Adoecente
Diante das barbaridades
Sócio-histórico-político-econômico-culturais.
Anteontem, ontem, hoje, agora
Enquanto escrevo-sangro
Luto, e luto,
Enquanto preciso for,
Buscando saber como lutar!
Responsabilizemo-nos
Pela construção de um mundo melhor!
Sigamos e busquemos ser bons,
Substancialmente,
Pelo bem de todas, todos, todes, tudes!
Uma constante tarde de 21 de novembro de 2020, com anseio de um mundo melhor!
(Aõçierrusser Sotnas Ailáhtan)
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