OCASO
Periga no fim de um daqueles dias
de céu imenso, de azul intenso
quando o sol forma uma coroa dourada
dourando um monte no azimute,
que as flores dancem o balé do vento,
que semi brisa embala os capinzais,
e uma cigarra temporã agreste
valseie num tronco seu canto solitário
abafando o murmúrio do manso riacho
que sussurra saudades da sua nascente
e medo do mar que o aguarda voraz.
Periga sim, quando a tarde caliente
mudar em noite quase como mágica
com a lua tímida a observar,
os pirilampos quais neons fugazes
e os namorados em carícias audazes
extravasando sua paixão,
que eu não resista a esse peso morto,
essa saudade que me rói sem pena
e com um copo d'água engula o meu orgulho
como um analgésico para a dor
dor que me faz ver todas essas coisas,
e corra pra mais linda delas, que é você