OCASO

Periga no fim de um daqueles dias

de céu imenso, de azul intenso

quando o sol forma uma coroa dourada

dourando um monte no azimute,

que as flores dancem o balé do vento,

que semi brisa embala os capinzais,

e uma cigarra temporã agreste

valseie num tronco seu canto solitário

abafando o murmúrio do manso riacho

que sussurra saudades da sua nascente

e medo do mar que o aguarda voraz.

Periga sim, quando a tarde caliente

mudar em noite quase como mágica

com a lua tímida a observar,

os pirilampos quais neons fugazes

e os namorados em carícias audazes

extravasando sua paixão,

que eu não resista a esse peso morto,

essa saudade que me rói sem pena

e com um copo d'água engula o meu orgulho

como um analgésico para a dor

dor que me faz ver todas essas coisas,

e corra pra mais linda delas, que é você

Aldo Silva
Enviado por Aldo Silva em 21/10/2020
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