Onde corre a água a literatura cresce
Ao fundo, atrás das árvores da estrada, dói-me a imperfeição de não saber cada pequena coisa do lugar. Meu pensamento, uma planície em movimento, agora é um riacho e quatro peixes me espezinham. E o riacho corre - não seriam passarinhos?
Atrás das árvores da estrada, me imagino e só; não me arrisco à poesia sem algum utensílio semelhante a um candeeiro, de noitinha, quando cantam nas raízes das árvores os pinhos. E o riacho corre - não seriam passarinhos?
Corre à mata fechada, atrás das árvores da estrada (por que não canso?), a imaginação que salta sem medo as pedras que espinham, e ao vagar entre dois saltos via um vão de onde voam passarinhos. E o riacho corre - era só um pintainho!