Eldorado

Não esperava aquela surpresa...
Por muito tempo escavei,
no chão duro, só,
com as próprias mãos
á procura do sonho...
Feri a carne e rasguei a terra,
pacientemente,
e só desisti
quando a borboleta amarela,
no seu voo desajeitado,
pousou na minha poeira.
Ela trazia novas
das minhas latitudes!

Segredou-me caminhos,
várias vezes, ao ouvido...
Joguei fora minhas mãos
e combati de peito aberto,
ferindo a terra
e rasgando a carne...

Minha pepitas estavam lá no fundo,
muito além do meu tempo...
Muito além da poesia...